Marcelo Parreira, pecuarista e pescador esportivo, registrou uma cena impressionante na represa de uma usina hidrelétrica, no limite entre os municípios de Itarumã e Caçu, no interior de Goiás. O vídeo mostra uma sucuri-verde (Eunectes murinus) – também conhecida como ‘anaconda’ –, de cinco metros, regurgitando outra cobra da mesma espécie.
— Se eu não tivesse filmado, diriam que era história de pescador — contou Marcelo em entrevista ao g1.
Nas imagens, é possível observar a anaconda se movendo lentamente logo após se alimentar. De repente, ela abre a boca, revelando a cabeça de outra cobra.
A cena, além de impressionar, intrigou cientistas e o Instituto Butantan está analisando as imagens do vídeo.
Diante desse comportamento peculiar, os pesquisadores têm formulado hipóteses para explicar o ocorrido. Uma possibilidade é que a escassez de recursos alimentares durante o período de reprodução tenha levado ao canibalismo entre as cobras.
— A falta de presas adequadas pode ter feito com que a sucuri se alimentasse por necessidade — conta Otávio Marques, professor do Instituto Butantan.
Selma Almeida Santos, pesquisadora do Butantan, também menciona a possibilidade de a cobra regurgitada ser um macho, envolvido no processo de cortejo da fêmea.
— Durante o acasalamento, várias sucuris macho se aglomeram ao redor de uma única fêmea, competindo por uma melhor posição. É provável que esse macho solitário estivesse cortejando a fêmea e tenha se tornado uma presa fácil, tendo muita sorte de sobreviver — destaca.
Além disso, o ato de defesa também pode ser uma explicação possível no mundo da ciência.
— A sucuri pode ter se sentido incomodada com as investidas da fêmea e atacou a outra cobra como forma de defesa. Todas essas teorias serão analisadas em detalhes — explica a pesquisadora.
*com informações do g1